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História do Skate

Atualizado: 15 de abr. de 2022

As mulheres sempre estiveram presentes na história do Skate. Mas antes de apresentarmos algumas dessas mulheres, vejamos um pouco sobre como essa história começou...


O início do Skate

Muita gente acha que o skate começou entre os anos 50 e 60 na Califórnia, por um grupo de surfistas que, entediados com a falta de ondas resolveu "surfar no asfalto". Talvez o Skate tenha tido maior visibilidade nessa época, mas definitivamente ele já existia antes disso.


Nos anos 30 surgiram diversos produtos frutos da criatividade coletiva.

As crianças entediadas dos Estados Unidos buscavam maneiras de passar o tempo, e começaram a desmontar patins para procurar melhores usos para eles. Um exemplo de produto feito com esses patins eram os “scooter skate” - também conhecidos como Go-Carts. Era uma espécie de patinete rudimentar que podia ser usado em pé ou sentado, alguns com um caixote na frente simulando um carro ou com um simples guidom.


As crianças gostavam de descer ladeiras nesses veículos, e em algum momento da história alguém resolveu descer de pé e sem guidom, dando origem aos primeiros skates da história. Não se sabe exatamente quando foi dado o nome SKATEBOARD - que afinal, seria uma mistura de PATINS (em inglês, SKATE) com PRANCHA (em inglês, BOARD).


O Fato é que o Skate cresceu muito no decorrer dos anos e na década de 50 passaram a ser fabricados em massa pela Roller Derby - empresa de Barry Jacobs que passou a vender skates em larga escala em 1959.


Pouco depois dessa época, muitos surfistas perceberam que o skate era uma ótima oportunidade de diversão fora do mar, pois os movimentos utilizados no skate eram muito parecidos aos do surf.

E esse momento trouxe uma rápida mudança no desenvolvimento do skate, de singelos brinquedos para pranchas de surf com rodas. Mas o skate se torna ainda mais popular na década seguinte.


Anos 60 e 70

Grandes desenvolvimentos acompanharam a história do skate na década de 60, como as rodas de argila que permitiam melhor desempenho em relação ao metal, a fibra de vidro com resinas que deixava as pranchas mais leves e resistentes e a curvatura longitudinal do shape chamado de “kicktail” aumentando as possibilidades de manobras, introduzida por Lary Stevenson da Makaha Skateboards.


As marcas de skate começaram a montar equipes de skatistas para participar de competições ou para viajar pelo país fazendo apresentações e promovendo sua

marca. Entre essas equipes estão a Hobie Surfer Team e a Logan Eart Sky.


Na década de 70, mais precisamente em 1972 - Frank Nasworthy’s inventou as rodas de uretano e revolucionou o mercado, possibilitando aos skatistas uma experiência mais rápida, confortável e segura no asfalto.


Diversas equipes começaram a surgir, entre elas os conhecidos Z-boys – skatistas da marca Zephyr que montavam seus skates de forma personalizada e ganharam fama graças a originalidade e a forma criativa com que andavam de skate. Alguns nomes que fizeram parte da equipe Z-Boys: Tony Alva (que posteriormente fundou a Alva Skates), Jay Adams, Peggy Oki (única mulher da equipe) e Stacy Peralta (que também fez parte da equipe G&S e em 1978 fundou a Powell Peralta).


Skate no Brasil

No Brasil, os skates começam a ser fabricados em território nacional por marcas como a Bandeirantes, Maha, Torlay, entre outras. São inauguradas pistas importantes para a história, como a Pista do Gaúcho em Curitiba – PR, Pista Skatódromo em Nova Iguaçu – RJ, Parque da Marinha – Porto Alegre RS e Wave Park em São Paulo SP e os campeonatos começam a acontecer trazendo competidores de ambos os sexos e de diversas regiões do país.

Começam a surgir as equipes de skate brasileiras, entre elas a Twin, Costa Norte, Luau, Wave Boys, Maha, Surfcraft e a DM – que inclusive foi a primeira a sair em tour fora do Brasil.

Mais pro final dessa década, o skate de rua iniciava seu boom através da invenção do Ollie Air – manobra criada por Alan Gelfand – e as s piscinas vazias das casas nos Estados Unidos também já vinham sendo palco de manobras. Mas foi durante uma grande seca que ocorreu nos Estados Unidos – onde a falta de água fez com que a maioria das piscinas ficassem vazias, que o skate vertical aumentou o número de praticantes, o que se intensificou na década seguinte.


Anos 80

Na transição dos anos 70 para os anos 80, os skates foram sofrendo várias transformações em relação ao seu design e funcionalidade. Os shapes foram ficando mais largos e tinham diversos formatos. Séries de grandes skatistas emprestavam seus nomes aos modelos e novas formas foram sendo criadas para buscar a individualidade do skatista, suas atitudes e opiniões.

Os modelos de skate eram ricos, não apenas em formas, mas principalmente em relação às artes gráficas, ou seja, a busca pela própria identidade e estilo de cada skatista estavam cada vez mais presente nos shapes lançados.

Surgem novas equipes de skate através de marcas como a Alva, Santa Cruz, Zorlac, Daggers, Vision Street Wear entre outras, e talvez a que tenha ganho maior visibilidade no mundo seja a equipe Bones Brigade da marca Powell Peralta.

No Brasil, equipes Plancton, H-Prol, Prisma/Pig City, Urgh, Ataque epilético entre várias outras, começam a surgir e ganhar fama nos campeonatos e demonstrações.


Infelizmente no final dessa década o skate foi desaparecendo, os parques fechando e as rampas indo abaixo. As pessoas realmente estavam perdendo interesse e muitos culpavam as revistas por focar tanto a revolução underground das ruas. Mais uma vez o skate sofre uma pausa e com a diminuição no volume da produção de skates no fim dos anos 80, poucas fábricas permanecem.


A estagnação criativa é percebida através das formas que tender a se tornar mais simples no decorrer da década, com menos ornamentos formais e visuais. O skate se torna mais puro e os padrões formais simétricos são mais aparentes.


Dos anos 90 até a atualidade

A década de 1990, principalmente a partir da segunda metade, praticamente coloca um ponto final nas formas variadas dos skates, nas cores e na tecnologia aplicada. A superfície do shape passou a ser vista em preto puro em razão da lixa, além da simetria formal no formato que conhecemos hoje como “Bandaid”,

expressava a mínima complexidade visual existente nos novos modelos, que passam a ter a qualidade relacionada com a tecnologia de materiais empregada, nas rodas, trucks e shapes.


Devido a propagação televisiva o skate alcançou outro patamar e deixou os skatistas mais populares e famosos. O mega evento X-Games surgiu e diversas revistas especializadas também, assim como lojas especializadas, marcas de roupas e eventos. E após o ano 2000 o skate passa a se comportar como um crescente nicho de profissionalismo. Movimenta enormes quantias em dinheiro e os skatistas se tornam atletas e ídolos de gerações mais jovens.


De lá para cá foi um pulo e nos dias de hoje, existe uma variedade de materiais e equipamentos no mercado para atender as necessidades de cada estilo. O skate transformou a vida de muitas pessoas, virou cultura, estilo de vida e em 2018 virou esporte olímpico – dividindo opiniões entre os skatistas “atletas” e os skatistas undergrounds que têm o skate como estilo e filosofia de vida.


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